domingo, 15 de novembro de 2009

Racismo: reportagem do Jornal EXTRA de 13/11/2009

Motorista acusa segurança de xingá-lo de 'macaco' no Salgado Filho

                                             O motorista Paulo Ribeiro Faustino denunciou na delegacia o segurança do Hospital Salgado Filho que o chamou de "macaco". Foto: Fabiano Rocha / Extra

O motorista Paulo Ribeiro Faustino, de 31 anos, registrou queixa na 23ª DP (Méier) contra um segurança que trabalha no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Segundo Paulo, na tarde da última quarta-feira, ele foi chamado de “macaco” pelo homem quando cobrava esclarecimentos de uma funcionária da unidade.

— Houve um bate-boca entre eu e a mulher. Ele surgiu e sem que ninguém lhe dirigisse a palavra e falou para mim: “Cala a boca aí, macaco!”. Fiquei revoltado e decidi procurar a delegacia — disse o motorista.

A confusão começou quando Paulo viu que sua mãe, a aposentada Maria Lúcia Ribeiro da Silva, de 65 anos, foi retirada da cadeira de rodas onde estava e colocada em um banco por uma funcionária. Segundo ele, isso foi feito quando afastou-se um pouco para ir ao laboratório pegar o resultado dos exames da mãe:

— Ela estava com muita dor no estômago e não conseguia manter-se sentada. Por isso a coloquei na cadeira de rodas. Quando voltei, a vi toda torta, quase caindo. Uma atendente mostrou-me a funcionária que havia feito a troca de cadeiras e eu fui falar com ela.

Paulo negou que tenha sido agressivo com a mulher.
— Ela disse que outra paciente precisava da cadeira, por isso a tirou de minha mãe. Reclamei e exigi outra cadeira. Mas em momento algum fui mal educado — disse Paulo.

Depois de ser xingado, o motorista foi à Sala de Polícia do hospital e depois seguiu para a delegacia. Segundo ele, naquele momento, o segurança tentou pedir desculpas:

— Ele viu que a situação estava engrossando para o lado dele. Mas eu não aceitei. Falei que resolveria meu problema na Justiça.

De acordo com o Setor de Investigações da 23ª DP, foi instaurado um inquérito para apurar a denúncia de Paulo. Os policiais, porém, frisaram que é necessário que testemunhas compareçam à delegacia para prestar depoimento. Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que o funcionário foi afastado do hospital no mesmo dia em que Paulo fez a denúncia. Ainda de acordo com o órgão, o motorista foi comunicado sobre a medida.

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